Do centro histórico à “Feirinha de Tambaú”: o uso dos espaços públicos na cidade de João Pessoa

João Pessoa é a terceira cidade mais antiga do Brasil, a mesma possui um centro histórico com bens de vários períodos da história da cidade, por exemplo: o barroco, o barroco de rococó e o estilo maneirista sendo tudo do século XVII. Além de uma arquitetura eclética das décadas de 1920 e 1930 (arquitetura em estilo art-noveau). A mesma é preservada por um verde que atribuiu-lhe o título da segunda cidade mais verde do mundo, perdendo apenas para Paris. Não diferente de algumas cidades brasileiras, ela “nasceu” próximo a um rio que facilitava as embarcações destinadas aos negócios.Esse nascimento ocorreu nas margens do Rio Sanhauá mas depois de alguns séculos com a urbanização a sua direção seguiu para sua orla marítima. É nessa perspectiva que pretendo refletir sobre o uso desses dois espaços da cidade de João Pessoa onde um encontra-se no centro histórico próximo aos prédios e igrejas que pertencem ao patrimônio histórico e numa outra parte da cidade a “Feirinha de Tambaú” composta por bares, pela praia e um aglomerado de hotéis na orla. Entendo que ambos seguem a lógica do mercado pelos empresários e gestores públicos e por isso, a cidade de João Pessoa passa a ser atrativa no seu litoral, onde abriga redes de hotéis e turistas, tanto de outros estados quanto de outros países. Dessa forma, esse artigo busca trazer algumas discussões sobre o deslocamento de algumas festas que durante anos foram realizadas no centro histórico e agora estão sendo realizadas nas proximidades da “Feirinha de Tambaú”.Parafraseando a argumentação de Rogério Proença. Esses lugares são demarcações físicas e simbólicas no espaço, cujos usos os qualificam e lhes atribuem sentidos de pertencimento, orientando ações sociais e sendo por estas delimitadas reflexivamente (LEITE 2004:35). Dessa forma, farei uma breve discussão ao relacionar ambos os espaços e a interferência da apropriação política e setor privado nas decisões para o uso dos mesmos